Filósofo,
historiador e cientista atomista grego nascido em Abdera, na Trácia, nas costas
do Mediterrâneo, considerado o principal representante da escola atomista, que
defendia uma explicação totalmente material e mecanicista do mundo, bem como um
dos maiores expoentes de todo o quadro de homens sábios da antiguidade grega,
rivalizando com Platão, ao qual superou em conhecimentos sobre a natureza.
Rico, viajou muito, dispendendo sua fortuna em viagens de estudos, na Grécia,
Ásia e Egito, conquistando um vasto saber. Foi discípulo e sucessor de Leucipo
de Mileto na direção da escola de Abdera e incansável autor de textos
científicos, conheceu Anaxágoras, a quem contrariou em alguns aspectos.
Tinha
uma visão extremamente materialista e, juntamente com Leucipo e Epicuro
(criador do epicurismo), defendia o atomismo geométrico, doutrina que
sustentava ser a matéria formada de átomos rígidos infinitamente pequenos e
variados de tamanho e forma, que se agrupam em combinações casuais e por
processos mecânicos. Para explicar as mudanças da natureza, Heráclito havia
afirmado que tudo é movimento, enquanto Parmênides dizia que o ser é uno e
imutável e que o movimento é ilusão. Tentando resolver esse dilema, considerou
que toda a realidade se compunha de dois únicos elementos: o vácuo ou não-ser e
os átomos indivisíveis(os arké). Pensamento que o faz ser visto hoje como uma
celebridade histórica, mas que na realidade tem suas origens no pensamento
geométrico dos pitagóricos. Em busca de conhecimentos viajou por toda a Grécia,
pelo Egito, Mesopotâmia e Índia, tornando-se um dos maiores sábios da
Antigüidade, condição da qual muito se envaidecia. Um dos responsáveis por
mudanças fundamentais na matemática do século V a. C., inclusive sendo o
primeiro matemático da história a estudar a validade dos cálculos
infinitesimais na determinação de volumes.
Há informações de que começou
a escrever (430 a. C.) várias e notáveis obras, cerca de noventa, hoje
desaparecidas, entre elas Sobre os números, Sobre geometria, Sobre tangências,
Sobre irracionais, Sobre o pitagorismo, Sobre a ordem do mundo, Sobre ética,
etc, restando fragmentos de algumas de conteúdo moral como Pequena ordem do
mundo, Do bom ânimo e Preceitos. Na sua maioria, suas obras tratavam
essencialmente de tratados sobre química e matemática e que mostravam a
preocupação do autor com a origem e mudanças das "coisas", sendo,
segundo Cícero, sua linguagem extremamente literária, como se estivesse
escrevendo poemas. Materialmente sua obra trazia uma explicação totalmente material
e mecanicista do mundo. Socialmente pregava que o homem deve aspirar a
tranqüilidade de espírito, livre de temores e emoções, e que essa busca precisa
ser garantida por leis justas de convivência. No entanto suas idéias não
tiveram seguimento, pois foram praticamente ignoradas pelas escolas do século
seguinte: platônicas e aristotélicas. Embora considerado do período
pré-socrático, viveu adentradamente no socrático.
Fonte: http://www.brasilescola.com/biografia/democrito-de-abdera.htm